Cooperativa Médica retoma atividades no Deoclécio Marques

A Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed) retomou ontem (04) o atendimento ortopédico, inclusive as cirurgias,  no Hospital Regional Deoclécio Marques, em Parnamirim. O Governo do Estado quitou duas pendências com a categoria e os especialistas decidiram voltar ao trabalho paralisado há mais de uma semana.

Durante essa terça-feira (04) 25 pacientes que esperam por cirurgia ortopédica eletiva foram transferidos dos corredores do Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, Deoclécio Marques. Dos 73 pacientes que estavam no Hospital Regional, 50 foram transferidos para o Memorial e o Médico Cirúrgico, ficando apenas 23. Alguns deles já foram submetidos a cirurgia ainda ontem.

O contrato com a Coopmed foi renovado de forma emergencial por 180 dias e o pagamento das escalas de plantão dos meses de junho e julho foram pagos, o que dá algo em torno de R$900 mil. Falta apenas  o pagamento dos 14 dias que os médicos trabalharam sem contrato, o que representa R$140 mil.

Ainda falta resolver a questão do contrato do Samu Metropolitano que venceu desde o dia 28 de agosto, os dois meses de plantões do CRO do Walfrendo Gurgel, um  débito de R$119 mil, e dos serviços de alta e média complexidade do SUS que não foram pagos os meses de junho e julho (R$900 mil). "Ficou acertado com o Governo que o pagamento dos dias trabalhados sem contrato será realizado em breve. Nos deram um prazo até esta quarta-feira", disse o presidente da Coopmed, Fernando Pinto.

Se o problema do Governo do Estado com a Coopmed foi resolvido e os atendimentos retomados, o mesmo não pode ser dito do município de Natal. Há uma ameaça iminente de greve pela categoria, que alega quebra de contrato do município. Segundo Fernando Pinto, a Secretaria de Saúde de Natal não paga os médicos da Cooperativa desde o mês de maio. Já são mais de 100 dias de atraso. 

A Coopmed já comunicou a Prefeitura e o Ministério Público que se não houver pagamento, os atendimentos serão suspensos a partir do dia 12 de setembro. "O débito já está na faixa dos R$6 milhões e o município não dá nenhuma expectativa de quando será feito o pagamento", disse o presidente da Coopmed.

Segundo ele, esse contrato com o município envolve as escalas de plantão dos Hospital dos Pescadores, Maternidade das Quintas, Hospital Leide Morais, Sandra Celeste, Unidades de Filipe Camarão, Mãe Luiza, Samu Natal, entre outras unidades. São cerca de 300 médicos. "Esse contrato também envolve a alta e média complexidade em 17 especialidades médicas entre elas: ortopedia, cirurgia cardíaca, neurocirurgia, cirurgia pediátrica, cirurgia vascular e todas as especialidades  de oncologia. Só de alta e média complexidade são três mil procedimentos cirurgicos por mês", disse Fernando Pinto. 

Fonte: Tribuna do Norte