Copa do mundo: possibilidade de negócios para cooperativas

A Copa do Mundo é uma oportunidade histórica de acelerar o desenvolvimento econômico e uma chance de antecipar investimentos e consolidar legados sustentáveis para as cidades-sede. Essa foi a tônica de um painel realizado na tarde desta sexta-feira (22.06), no Rio de Janeiro, com representantes do Ministério do Esporte, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da FIFA, durante as atividades da Rio+20.

Com expectativa de mais de três bilhões de espectadores (cerca de 3,2 bilhões na África do Sul, em 2010), sendo que quase três milhões nos estádios, o Mundial foi analisado como mais do que um megaevento esportivo. Segundo o secretário executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, é uma chance de garantir que o Brasil projete para o mundo a imagem de eficiência e capacidade de encantar, mobilizar e emocionar o mundo. “Teremos bilhões de olhos voltados para cá. É a chance de aproveitar isso para promover a inovação, a criatividade, o empreendedorismo nacional”, disse.

Segundo ele, há três dimensões de planejamento que conduzem o país a um novo patamar. “A primeira é garantir que as obras, empreendimentos e serviços essenciais para a Copa fiquem prontos. Vários desses projetos, como os de mobilidade urbana, infraestrutura, telecomunicações e energia ficam de legado para o país. Os estrangeiros podem levar daqui, no máximo, a taça. E esperamos que não. O restante fica para o país”, afirmou.

As outras duas dimensões, segundo Fernandes, são a possibilidade de intensificar e acelerar a promoção de políticas públicas e as oportunidades de negócios que se abrem. “Um estudo do Itaú indicou que, para além dos investimentos da Matriz de Responsabilidade, da ordem de R$ 30 bilhões, há uma previsão de que isso seja quintuplicado em investimentos na economia como um todo. São cerca de R$ 150 bilhões de investimentos alavancados pela Copa do Mundo”, afirmou Luis Fernandes

Sustentabilidade

O secretário executivo reforçou, ainda, cinco pontos específicos da preparação do evento que têm a sustentabilidade como prioridade. São eles:

1. Certificação e gestão sustentável das arenas

Não era uma obrigação no acordo com a FIFA, mas foi uma decisão governamental atrelar os financiamentos do BNDES (R$ 400 milhões por arena) à certificação ambiental das obras.

2. Copa orgânica e sustentável

A ideia é apostar no fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis, com alimentos orgânicos para abastecer as cidades-sede. Trata-se de um exemplo de aproveitamento da oportunidade para estruturar uma cadeia produtiva nacional que ficará como legado.

3. Parques da Copa

Aproveitar o fato de o Brasil ter sedes em cada um dos biomas nacionais para fomentar o ecoturismo.

4. Resíduos e reciclagem

Esforços articulados com a política nacional de tratamento, reciclagem e coleta voltada para os eventos da Copa como uma dimensão social. Nesse contexto, há um papel importante das cooperativas de catadores e uma materialização no reaproveitamento da demolição dos estádios, em alguns casos para construção de habitações populares.

5. Mudanças climáticas

Inventário das emissões de efeito estufa e iniciativas de mitigação e compensação pelas emissões associadas à preparação para a Copa ficam como legado para o desenvolvimento sustentável do brasil pós Copa.

Fonte: Portal da Copa

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