Mercado de GNV encolhe, mas espera retomada no Estado

O mercado de Gás Natural Veicular (GNV) segue o curso do etanol e também vem desacelerando no Rio Grande do Norte. Há pelo menos seis anos a cadeia de serviços ligada ao combustível perde força. Segundo levantamento do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), o número de empresas registradas para instalar kits GNV caiu de 32 em 2002 para seis em 2012 no Rio Grande do Norte.

"Quem está trocando de carro não está colocando nem etanol, por causa dos preços, nem GNV, por causa das despesas extras", afirma Genário Torres, presidente da Cooperativa de Taxistas de Natal (Cooptaxi). O número de empresas atuando no setor, segundo Genário, seria ainda menor. Segundo o presidente da cooperativa, dos cerca de 1.010 táxis que circulam na capital, 75% rodam com GNV. O percentual girava em torno de 90% em 2010 – um recuo de 15 pontos percentuais em dois anos. "E a tendência é cair cada vez mais". 


A Potiguar Inspeções, especializada em inspeções de instalação e retiradas dos kits GNV, chegou a fazer 30 inspeções de instalação por dia e praticamente zero de retiradas, segundo informou Sunday de Sousa, engenheiro responsável pelo estabelecimento, em entrevista à TRIBUNA DO NORTE em 2010. Em 2010, a proporção caiu para 15 inspeções de instalação e 10 de retirada por dia. Hoje, são quatro inspeções de instalação e quatro de retirada por semana. "O GNV deprecia muito o carro. O veículo novo perde as garantias de motor e de peças. Sem falar que o custo para colocar o kit pode chegar a R$ 4 mil", acrescenta Genário. A vantagem, segundo ele, é que enquanto o carro com etanol faz, em média, 6 quilômetros por litro, o com etanol e GNV faz 12. "Ainda assim, a despesa supera a economia". 



O investimento necessário para instalar os kits, os custos com inspeções periódicas e a quase equiparação do preço do metro cúbico ao do litro do álcool nos últimos anos estão entre os fatores que têm tornado a opção por GNV menos competitiva, inibido novas conversões e estimulando a retirada dos kits.  



A Companhia Potiguar de Gás (Potigás), responsável  pela distribuição de gás natural canalizado no RN, vai lançar uma campanha para desmistificar o GNV. "Apesar de continuar sendo o mais competitivo entre todos os combustíveis, o mercado tem uma percepção equivocada do gás natural veicular", afirma Franciney de Souza, gerente comercial da Potigás. Além de apresentar tecnologias de adaptação para veículos, a Potigás também vai reduzir o  preço dos kits. "Também há discussões do Governo para reduzir o preço do gás natural", acrescenta. 



A tendência, segundo Franciney, é que o preço da gasolina suba nos próximos meses, "conforme declarações da própria Petrobras", o que segundo ele, aumentará ainda mais a diferença entre o preço do GNV em comparação com a gasolina e o etanol. "Considerando o preço médio atual do GNV (R$ 1,91 por metro cúbico), a gasolina só seria economicamente viável se custasse em média R$ 1,47 o litro. Já para o etanol, o preço médio deveria ser R$1,03 o litro", compara.

Fonte: Tribuna do Norte